sexta-feira, 1 de julho de 2011

ótima reportagem sobre ruborização

O Rubor facial em excesso é uma doença

O sintoma, conhecido por todas as pessoas, é uma doença. Disso você não sabia...

Por: Luísa Toledo
Nova Friburgo
Todo mundo já presenciou alguém ficando ruborizado, fosse de vergonha, raiva, alegria... Em alguns casos, o vermelho do rosto é muito mais intenso que de outros, gerando comentários indiscretos e inconvenientes das pessoas que o presenciam.
Durante a década de noventa, descobriu-se que o rubor facial em excesso é uma doença. Trata-se de uma disfunção do nervo simpático torácico que ao emitir uma mensagem errada, exagerada ao sistema nervoso central, causa os sintomas - rubor e a sensação de queimação e ardência em todo o rosto.
Diagnostica-se que uma pessoa apresenta a disfunção do nervo simpático torácico quando apresenta o rubor facial em excesso com muita freqüência e por qualquer motivo, sem que, para tal, precise estar constrangida, por exemplo. Além disso, quem tem esta doença, apresenta outros sintomas, como taquicardia, ansiedade excessiva e falta de ar.
“O rubor em excesso ocorre em pessoas que apresentam uma disfunção ao nível do nervo simpático, localizado no interior do tórax. Em razão disso, é lançada uma mensagem exagerada (errada) que provoca no organismo a liberação de adrenalina, dilatando as artérias da face e/ou pescoço e/ou tórax e/ou braços gerando o rubor em excesso e uma sensação de ardência e/ou calor e/ou queimação nos locais (especialmente na face)”, explica o Dr. Antonio Malucelli, especialista em medicina do tórax. Aproximadamente 0,2% da população mundial sofre desse mal. Há uma maior incidência em elementos da mesma família e em descendentes de poloneses, alemães e outros povos de pele clara.

O rubor facial em excesso é uma disfunção no sistema simpático e não no sistema nervoso central - Clique na foto para ampliar
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O rubor facial em excesso é uma disfunção no sistema simpático e não no sistema nervoso central (Foto: divulgação)

A cirurgia realizada por Malucelli, para a cura do rubor facial em excesso é chamada de simpatectomia torácica. A operação é realizada sob anestesia geral, através de 2 incisões (0,7 a 1 centímetro) no tórax. Coloca-se o toracoscópio adaptado a uma microcâmera – vídeo-cirurgia do tórax – cirurgia minimamente invasiva. Esse sistema visualiza a região interna do tórax, com aumento de 20 vezes, lançando a imagem para dois monitores de vídeo. A partir daí, procede-se à cirurgia, clipando (clip de titânio) um ou mais segmentos do nervo ou realizando a secção de um ou mais segmentos do nervo (com bisturi elétrico, tesoura, laser, ultracision, bisturi ultra-sônico ou harmônico, etc).
O paciente já sai do centro cirúrgico, em aproximadamente 98% dos casos, sem a sensação de calor e/ou ardência e/ou queimação no rosto e, geralmente, isso é o suficiente para deixar a pessoa muito satisfeita, uma vez que ela não sentirá mais os efeitos da doença rubor facial em excesso. Assim, começará a encarar a vida com mais tranqüilidade e segurança. Ocorre também a diminuição e/ou eliminação da intensidade (cor do vermelho) e da freqüência (número de vezes em que ocorre) do rubor, em aproximadamente 50 a 80% dos pacientes.

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(Foto: divulgação)

Os inúmeros tratamentos que têm sido tentados por mais de 40 anos no mundo inteiro não surtem bons resultados e, quando geram alguma melhora, essa é temporária (os sintomas voltam), não durando mais do que 30 a 90 dias. O uso de medicamentos é um exemplo - o tratamento clínico é realizado com o uso de medicamentos orais tais como calmantes, antidepressivos, ansiolíticos, que tratam a depressão e a ansiedade. Contudo, não tratam a causa do rubor facial, que é uma disfunção no sistema simpático e não no sistema nervoso central.
“O rubor em excesso é devido a uma disfunção do nervo simpático e pode ser desencadeado (só em quem possui essa disfunção) tanto quando a pessoa fica nervosa, ansiosa, em situações constrangedoras, quanto na ocorrência de situações normais (assistindo à televisão, aulas, conversando com amigos, etc). Devido a esse fator, até mesmo os médicos podem confundir-se com o diagnóstico. Outra prova de que não ocorre devido a estados emocionais dos mais diversos, é o fato de existirem inúmeras pessoas que apresentam fobia social, excesso de timidez, entre outros transtornos psicológicos, mas nunca apresentam rubor facial, mesmo quando expostas à situações constrangedoras”, diz Malucelli.



http://www.exitorio.com.br/exitonoticias/ntc1713,o-rubor-facial-em-excesso-e-uma-doenca.html

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